sábado, 23 de julho de 2011

Ensaio sobre mim mesmo

(Uma de muitas variações neuróticas dos meus dias medíocres)


Foi uma semana extenuante, por causa de algo que aconteceu: quando fiz uma piada, ninguém entendeu; mas quando meu amigo, que é como um bufão da turma, fez a mesma piada, todos riram; como que não riram quando eu disse a mesma piada¿
Ao longo da semana fiz essa pergunta, sem comentar a não ser à minha psicanalista, eu mancomunei como eu poderia ser mais engraçado e mais espontâneo. Mas como mudar uma imagem estanque, fria, confusa, imatura, inocente, quase-pária de um jovem homem de 18 anos¿
Não respondi a 1ª pergunta do 1º parágrafo, mas vou responder a do 2º parágrafo. Você, ou eu (eu não sei que é o leitor), mas enfim, nós mudamos de um semestre pra outro para encaixarmo-nos num grupinho. Nesse tópico eu tenho conceitos e princípios que não mudam simplesmente com conselhos amistosos, sessões metapatopsicológicas ou ansiolíticos. Eu não quero mudar!! Já dizia Chris Cornell na música: BE YOURSELF IS ALL THAT YOU CAN DO – SER VOCÊ MESMO É TUDO QUE VOCÊ PODE FAZER. Ser eu mesmo, até mesmo dizendo numa maneira arrogante, é a melhor coisa que eu sei fazer, e é a única. Se eu não sou engraçado, se faço piadas muito oportunas em momentos inconvenientes ou; se sou um projeto de existência sociável e humorística que faz piadas muito ruins; ou, se como digo, eu nasci 7 segundos à frente do meu próprio tempo que as pessoas entendem as piadas depois; eu não sei sobre essas alternativas.
Mas de uma coisa eu sei de mim mesmo que eu faço muito bem: ser amigo. Depois de um dia de aula, uma sessão de filme da faculdade, eu e mais 3 colegas meus ficamos na casa de um colega meu, e ficamos lá conversando e eles bebendo (já que eu estava mal de uma enxaqueca e de uma fome, eu pedi um relaxante com coca só). Com mais de 4 horas de conversa, risadas e mais ou menos umas 9 latas de Polar depois, estávamos conversando sobre a turma, futebol, as colegas, as veteranas; mas eu cheguei a um ponto quase crítico, como que eu consegui ser amigo deles com eles bebendo, e eu fraco, tomando coca¿ E um deles disse:
_ Por causa da tua companhia pia, mesmo não bebendo, tu vai pela conversa, isso é muito bom!
Eu me senti muito lisonjeado de uma coisa que eu de facto faço. E isso da minha personalidade, sem precisar eu malograr minhas qualidades (inúteis e pífias rsrs).
Naquele dia, “ser eu mesmo” está começando a ser mais confortável.

23 de maio, 11:31pm
Enquanto ouvia o álbum “Goblin” do Tyler the Creator

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