segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"50 ou quer que aperte?"

18 de janeiro, 8am, o que eu pensei que seria um medíocre passeio pra ver trajes sociais pro casamento da minha irmã com meu pai, acabou sendo mais.
Fomos à frente da loja e ficamos esperando até ela abrir, eu e ele, atônitos, e observando a vitrine vultosamente ilustrada por ternos e blazeres.
Quando abriu, fui vendo o que meu pai estava selecionando, dentre camisas e gravatas e ele perguntava se ficava bom ou não, e com estilo ele me dizia qual design de gravata combina com a camisa, qualquer milimétrico detalhe, desde a cor do fio riscando pra combinar seja com o sapato ou com o relevo da vestimenta. Eu era bem leigo nesses assuntos, me senti de novo criança.

Não qual seria o momento mais legal: ele me ensinando essas combinações; na amizade que ele tem com os vendedores; escolhendo medidas; talvez o blazer preto-corvo novo...; ou vendo ele conversando sobre colarinhos e riscas-de-giz enquanto eu lia numa revista um conto erótico numa sala de acupuntura do grande Nelson Motta; ou pode ser que na mesma revista era a Playboy da Fernanda Young, com partes nuas do seu corpo (muito boas por sinal) quase que "esquentando" no local da sessão de fotos um livro de antologias de Charles Bukowski (ah, como eu queria ser esse romântico naquele momento rsrsrsr); ou também se era eu escutando "Azul Invisível Vermelho Cruel", album de Lula Queiroga; enfim, foi uma manhã de pai e filho.

0 comentários:

Postar um comentário

 

Inercialismo © 2010

Blogger Templates by Splashy Templates