quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Se sua vida fosse cibernetizada #1

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Um estudante do ensino médio, numa 'boite"; tenho 'boa pinta', tenho confiança, quer ficar com... moça perto do pilar esquerdo contíguo ao mezanino do recinto.
(clique "cutucar")>
"Como tens namorado aqui? Onde ele está?"
(clique em "ajuda")> *Namorada(o), como lidar
*Como evitar esses problemas
*Como escapar furtivamente (clique)>
Foge da moça ("Sair da sala")> Ir até 'home' ou outra boate?
(clique em "outra boate")> Tem certeza disso? (clique em "sim")


"Você entrou em" Boate Y
Chapelaria, deseja deixar seu casaco? ("Sim" ou "Não" - clique em "Sim")
Bar, você comprou - 4 doses de tequila - (56% do download concluído)

Você comprou - 8 doses de tequila - (67% do download concluído)
[Fígado detectou malware! Atenção: Azia!]

[Atenção, você solicitou upload!!!]
ÂNSIA DE VÔMITO

[Dirija-se à Lixeira]
Banheiro

[Upload 45% concluído]
...
[Upload 80% concluído]
......
[Upload concluído com sucesso]
Ânsia para

[Você quer iniciar o back-up? (clique em "sim")]
Tirar o engov do bolso.

[Navegador - endereço.br - "Ir"]
Taxi - Rua A, 87 - "Ir"

[Digite senha do usuário]
Chave de casa

[Você deseja desligar o sistema? (clique em "sim")]
Dormir


-----------------------------------------------------------------


[...] [...]
Acordar

[Falha na atualização]
Ressaca

sábado, 13 de agosto de 2011

Imaginação = amor ?

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iAh, a imaginação; circa forever nos elevando nossas realidades às maiores vistas, também as mais perigosas.
Sério, imaginação pra mim é quase igual ao amor; pode te deixar tão feliz como pode te deixar tão infeliz em segundos.

Como? Pensem:
Com a imaginação, eu penso em um mundo meu, com meus problemas, melhor, sem problemas; ninguém pode reclamar do meu mundo, a menos que a fantasia confunda a realidade, ou vice-versa; eu crio, eu destruo, eu recrio, eu destruo novamente; eu fantasio; eu só não realizo, pois realizar é realidade...

E o amor:
Com o amor, um mundo é criado, mas um mundo secreto, um mundo que a realidade pode intersectar com a fantasia; um mundo que se possível, pode transcender mais do que a linha dividindo o material do feérico, o normal do ideal, o real do etéreo. Ou não. No amor, reclamam do mundo por não ter amor nosso, ou amor dos outros; com o amor eu crio, destruo, recrio, destruo novamente, mas com o amor, eu modelo comigo ou com outra pessoa _entende?_ Eu posso criá-la, eu posso destruí-la, eu posso recriá-la, e destruí-la novamente.

A diferença entre amor e imaginação: Amor ilude uns aos outros; imaginação ilude nós mesmos.

Ou se isso não é de algo mais forte que o amor e imaginação juntos... Se é a "ilusão"...
Mas isso é para outro post.

domingo, 7 de agosto de 2011

2 amores

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Tenho uma teoria. Nós temos dois tipos de amores. O amor perfeito e o melhor amor.

O Amor Perfeito:
Um filme, em que eu conheço a pessoa perfeita com duas margaritas; ou eu derrubando meu mocca da Starbucks no colo de alguém; ou abnegando a 'paixonite' de ensino médio; ou com uma aposta valendo a dignidade; ou uma 'oportunidade' que seu chefe quer que você a pegue. No decorrer do filme, nada mais que o reconhecimento do perímetro, trocas de sorrisos, um beijo casual, provável 'sexo no chuveiro', brincando de casalzinho na exposição de móveis da IKEA; a menina ligar para um menino numa noite balbuciando que tá engordando comendo o pote de sorvete Häagen Dazs sabor flocos e dizendo que foi ele que fez ela fazer esse 'sacrifício'; isso depois da óbvia fase do filme que sabemos que podemos perder a pessoa, fazendo-nos a agarrar qualquer alternativa de ter a pessoa amada forever.
Geralmente, são melhores amigos que querem algo mais, ou uma inconveniente sina de pessoas muito diferentes que se atraíram...
Os mesmos gostos, mesmas baladas, mesmas comidas, mesmas confissões, mesma 'perfeição'. A mesma mesmice.

O Melhor Amor:
Há filmes que despertam ele, mas de maneira desvirtuada. O melhor amor (quase) ninguém percebe, (quase) ninguém quer ele. O melhor amor é mais fácil de ser percebido mas ninguém vê, porque, as pessoas insistem em querer o 'amor perfeito' quando o ' melhor amor' está com elas o tempo todo. Simplesmente, o 'melhor amor' é o mais simples.
Esse amor simples é só perceber o quão boa a minha companhia pode ser fortuita para a pessoa que gosta de mim, e vice-versa; é perceber que o tempo não precisa ser eterno com a pessoa, mas sim, ser bom até durar; é não sonhar com coisas incríveis; é perceber que não é preciso ser perfeito para ser bom.

Vocês escolham...

sábado, 6 de agosto de 2011

Fletir-se para si

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... Não era tão chato, pelo menos para mim. Imagine para pessoa do meu lado, convidando-me para entrar; ou o amigo que necessita de um desabafo, numa hora que só um ombro conhecido o entende; ou até para a mãe com saudades do filho que fica absorto nos xeroxes de livros sobre cultura e o savoir-faire das estabilidade das sociedades, dos quais 30% ele gostou de ler; ou para o pai que quer ver o sorriso do filho que tem os olhos, a garra e a maturidade solerte que o pai lhe transmitiu...
Não era chato pra mim, ignorá-los por uns momentos de absorção de energia, de aura; um momento de ver as conquistas obtidas, as não obtidas, não-ainda obtidas ou as impossivelmente críveis de desistência; um momento no qual, ninguém me diz nada, para eu ouvir somente a uma pessoa que nunca dei ouvidos, muito menos satisfação; uma pessoa que eu penso que nunca seria tanto igual na vida quanto os irmãos abastados com apartamentos e vagas rotativas; uma pessoa que achava que não tinha diligência para tomar decisões, para não tomar decisões; uma pessoa que eu subestimava; essa pessoa sou eu.

Enfim, não é a minha reflexão sobre mim mesmo que importa, e sim a ambiência, a hora, a sensação que me proporcionava, e principalmente: o lugar.
O lugar era o meu quintal, não mais que uns 2 metros e meio para uns 3 metros; suficiente para uma cadeira né; suficiente para ficar horas olhando para as estrelas; suficiente para simplesmente ficar lá e não pensar nada; ou o contrário: pensar em tudo.
Só o fato de ficar sozinho, o fato de olhar para o norte, o fato de não-pensar pensando, me deixa tão mais calmo para enfrentar qualquer dificuldade.
E por mim, dobrar-me para mim, sempre é saudável.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Desconstruindo: Juan Carlos Onetti

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"[...] a sensação que tenho de mim mesmo, mal-entendidos. Fora isso, nada; de vez em quando algumas oportunidades de esquecimento, alguns prazeres, que chegam e passam envenenados. Talvez todo tipo de existência que eu possa imaginar deva transformar-se num mal-entendido. Talvez, pouco importa. Entretanto, sou este homem pequeno e tímido, imutável, casado com a única mulher que seduzi ou que me seduziu, incapaz, não mais de ser outro, mas da própria vontade de ser outro. O homenzinho que sofre à medida que o infortúnio cresce, o homenzinho confuso em meio à legião de homenzinhos aos quais foi prometido o reino dos céus. [...]"

O trecho anterior que leram faz parte do romance A Vida Breve, de Juan Carlos Onetti. Quando li o trecho, fiquei tão comovido e ao mesmo tempo enojado. Li-o comovido umas três vezes, pensando na minha vida que foi inativa e insignificante, mesmo para um jovem de 18 anos; e fiquei com um asco pela mesma razão, minha vida até agora.

Analisei partes importantes:

_'Algumas oportunidades de esquecimento, alguns prazeres' - Sempre me ofereceram o aval para desvirtuar-me das minhas paranóias, mas como eu, poderia esquecer os meus problemas? De um jeito ou de outro, eu tenho que resolvê-los, por que não cedo para não se preocupar depois? Tsc, tsc; eram eras para uma mania ser resolvida e depois eu descansar. Perdia as piadas e os amigos ubiquamente.


_'Talvez todo tipo de existência que eu possa imaginar deva transformar-se num mal-entendido.'- E não seria? Uma mentira? Ou melhor: uma omissão? A felicidade instantânea, a fugacidade de um momento vivido, tudo só não passava de um erro? Não. Não mesmo. Se foram mal-entendidos, nada mais que horas e lugares errados. SEMPRE A TROVA DA HORA E LUGAR ERRADOS? Por que não? Nessas algumas oportunidades de esquecimento, nesses alguns prazeres, a hora e o lugar foram tão oportunos a ponto de esquecer a crueldade da questão do sentido útil da vida. Estou errado?


_'Sou este homem pequeno e tímido, imutável, [...], incapaz, não mais de ser outro, mas da própria vontade de ser outro.' - De fato haha, sou pequeno que o mundo, seria muito 'querer' ser grande àqueles que me querem bem.
Sou tímido, sim, e daí? Tem gente que não sabe controlar o silêncio falando qualquer besteira; eu sei, mas ainda, o silêncio é uma megera a ser dificilmente domada.
Imutável? Sim e não. Não por: até pra não mudar meus ares, eu estou mudando a minha ordem natural de mudar. (Não é?)
Incapaz de ser outro? Sim. Pra que mudar o que na verdade é imutável (respondendo o 'não'): que é ser nós mesmos, isso não mudamos. Mudamos nossas atitudes, mas nós mesmo nunca mudamos.


Sem questionamentos sobre fugacidade temporal e incapacidade existencial, farei da minha vida a mais breve possível. =)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A caixa de fel

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Já escreveu algo hoje?

Conversando com a minha amiga, ela me disse que estava pra fazer uma parte da fanfic dela, só que ela estava com preguiça.
Oportunidades de escrever que perdi, meu Deus, se elas fossem apostadas cada uma por um real, teria mais que trezentos reais...
A prova cabal dessa preguiça que tive foi a inativação desse blog. Um ano e meio sem escrever, nesse blog.

Agora estou de volta, mas para ficar. Se não fossem de idéias fortuitas que tive para escrever, nunca estaria nessa boa aura que me cerca. Escrever é terapia pra mim, e se esquecesse de me tratar, estaria à espera de uma navalha me sangrando até padecer. O que? Não é mentira...

O mundo parece é limpo quando eu escrevo; aquele lodo da tristeza, aquele traço negro de fel, o fungo da covardia; tudo é varrido pro ralo, sobrando a tranparente alegria de existir. Sabe a caixa de gordura da casa que temos que limpar sempre, meus agouros são como aquela sujeira; e escrevendo, eles são limpos.

Escrever é terapia e higiene mental.
 

Inercialismo © 2010

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