domingo, 30 de outubro de 2011

Um lá, lá

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"Just cause you feel it, doesn't mean it's there"
(Só porque você sente, não significa que esteja lá) traduzindo de uma maneira arranhada esse verso de There There do Radiohead.

Provavelmente, mas posso estar enganado, a gênese do título venha da frase de Gertrude Stein "There is no there there" (Não há lá, lá). O que se fato acontece, não é?

Às vezes, só porque sentimos, não é que aconteça depois. Sina é bom, mas será que a coincidência também não acontece?

Coincidência é a exceção da qual comprova as regras do destino. Coincidências aparecem, são espontâneas, são ruins, são boas, são surpresas. Não se pode ver as coincidências trabalhando para você. Há destino, mas não há lá, não é?

Ou será que a palavra "coincidência" não veio por acaso? Será até as consequências são parte do fado? Bom, de fato, a palavra "coincidência" não veio por coincidência, mas o fato das consequências serem parte do destino, é uma grande questão a ser debatida por todos. Pense comigo, imagine se aquela música do Reação Em Cadeia que você ouviu na faixa do meio-dia, lhe fazendo rememorar a praia do Pinhal; se a audição daquela música foi uma coincidência, mas feita para acontecer? Feita para você se lembrar dos momentos de deleite que você teve na orla norte-gaúcha, só feita para você se lembrar...
Imagine, as coincidências todas são textuais. Conectam-se como frases, acabam com pontos importantes.

No final, só seremos acidentes esperando para acontecer. Como canta Thom Yorke.

sábado, 22 de outubro de 2011

Vigia

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A sensação de estar insone parece indiferente quando está em casa, mas a regra não se aplica quando você é acompanhante do leito (a) do quarto tal.

3:22am, cheiro de hospital, desolação, silêncio-por-favor, burbúrios dos enfermeiros, uma coca 600 choca, e digitando essa mensagem no computador. Minhas mãos parecem gretadas de tão sujas esfregando no mousepad.
A inquietação do meu pai para dormir - com o presságio da medição de pressão às 5am, o barulho dos roncos com sondas, o vento contra a porta tentado a ela bater contra. A maleita do lugar é mais forte que minha ansiedade. São só enxertos do que uma pessoa pode sentir dentro de um quarto perto do leito de um familiar.

Tudo parece questionável, e o que parece simples a arrogância não deixa admitir e abnegar. O que alguém pode ter feito na vida para desenvolver uma doença? Eu não tive tristeza, mas tive raiva. Tive raiva por uma vida que mudou para melhor ser punida por um passado pândego.

Minha mãe disse que o que meu pai tem é justificável e veio para um motivo. Agora entendo que é justificável pela vida "inebriante" e intensa do pai; e o motivo é para ele parar de fumar. O baque foi grande, mas o raio da explosão deu pra sentir até nos filhos.

Em casa eu não perdooei essa acusação. Fiquei com raiva. Ainda estou um pouco por acontecer. Porém o clima de um quarto de hospital é uma experiência sozinha, osmótica, humilde, amedrontadora e catártica. O mundo parece mais simples pelo fardo do medo da certeza da morte.

E pelo pouco de tempo que estive, ouvi conversas inteligentíssimas de pessoas extraordinariamente simples, falando sobre contas, falácias de políticos e instituições, ceticismos e comodismos. Todos são iguais. O medo faz de nós mais iguais. A vida faz de nós iguais, mas a morte faz que nós percebamos.

Desculpe a falta de coesão desse texto, mas na língua dos homens, experiências verdadeiras não é preciso precisões textuais.

domingo, 16 de outubro de 2011

Desconstruindo: Lenine

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Hoje, vi o quanto a música Martelo Bigorna, do Lenine é deveras identificável à minha essência.
Pessoas irão se lembrar da música da vilã Ivone, interpretado por Letícia Sabatella em Caminho das Índias.

[Aviso, não haverá humildade nesse texto. E se teve humildade, ela foi esquecida por ora para parir esse texto]



"Muito do que eu faço
Não penso me lanço sem compromisso
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço

Tudo que eu te peço
é por tudo que fiz, e sei que mereço

Posso e te confesso
Você não sabe da missa um terço"


Muitas coisas que fiz na minha vida, foi por impulsão e geralmente não penso.
Ir no meu compasso é só ter eu e eu mesmo para fazer as tarefas, sem ajuda, orgulhoso, egoísta.
Exceção: Cobiço muita gente, inveja.
E vou reclamar pelo meu esforço, porque sei que fiz, e todos não sabem como rezar a missa direito.

Minhas vontades são bigornas de fortes, meus desejos são martelos de tentar. Maioria das vezes não são exercidas essas vontades e desejos, mas a sensação é de que quase ninguém sabe fazer melhor do que eu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Atração

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Podem me julgar, mas quando olho para qualquer moça, ela não me parece atraente o suficiente para ficar encarando até a sombra.

Como ficar vendo o decote medieval em alto-relevo, o pattern brasileiro em "abundância", a silhueta de mata-borrão/violão - para alguns voyeurs-stalkers, os pés pequenos e meigos. De primeira mão, eu só vejo a anatomia, como qualquer homem mas -ainda- não me atraio.

As moças me atraem quando elas começam uma conversa boa, boba e amistosa; quando eu paro para ouvi-la uma estória do dia-a-dia dela; quando eu as conheço mais e mais e mais. Uma conversa sobre um livro que ela leu, me deixa babando mais do que uma foto de book de quinze anos.

Há quem diga que isso é frescura pra dizer que inteligência é afrodisíaco. Mas uma mulher vai querer que a "lambam" de elogios só por causa da coxa dela sempre? Não sempre, não sempre. E se disserem que isso é só um estratagema para conseguir mulheres como no filme Hitch, não acho, isso é só sinceridade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pra reclamar... ou pra quê?

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Hoje, dia três de outubro, depois de ter mal-feito uma parte do trabalho de Gestão de Portais, eu frisava comigo mesmo sobre todas as coisas que eu mudei no decorrer da faculdade.


Bom, nunca me sentia tão fora da espontaneidade, sem idéias, sem opinião - mais alienado nos próprios fones-de-ouvido; tentando fazer piadas mas filtradas da própria paranoia de "chamar atenção" e "ser popular".


Até, antes de fazer esse texto, e voltar com o blog, eu ia escrever sobre a exaustão que levei pra não-escrever no blog.


Mas, uma coisa me fez pensar mais sobre o que vale a pena.


Hoje, mais ou menos meio-dia e uns minutos quebrados, eu fiquei de boa com as minhas colegas.

Fomos nos restaurar no RU da UFSM, depois ficamos conversando, rindo perto do Planetário.


Uma prova? Esta foto:



Abraço.
 

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