domingo, 20 de novembro de 2011

Os carentes

0comentários
Lembro-me de quando eu não era carente, ou não precisava saber de carência. Eu era criança, eu brincava, lia ouvia, re-ouvia histórias e músicas que eu gostava, eu era quieto, discreto, autônomo; cresci, amadureci, comecei a falar um pouco mais, e quando eu era criança, eu não me preocupava com carência, seja dos amigos, seja dos pais. Ver alguém carente era ver alguém implorando atenção, chamando a todos para ver seu show. Mesmo criança, carência era algo muito apelativo, pelo menos pra mim.

E quando dei-me por conta que a carência era que nem eu? A carência era uma criança tímida, calada, sem querer fazer arte na casa, ou na rua. A carência brincava,  lia, ouvia, re-ouvia histórias e músicas que mais se identificava; ela cresceu, e não amadureceu. Não fala muito, e quando fala, é na hora mais desolada. Minha carência não implora atenção, não chama todos para verem seu show. É uma carência sem identidade.

Mas quando ela vem conversar comigo pra desabafar, desembuchar os seus demônios, eu fico atento para ouvir cada palavra que ela diz. Sempre fui um bom ouvinte, e não será diferente com ela. Quando ela termina de falar, de chorar, de balbuciar, de especular que o mundo é leigo quanto à presença dela, de pensar que seria melhor se ela tivesse pessoas mais atentas à ela; eu digo:

_Que bom que tu veio conversar comigo, porque eu estava sentindo o mesmo. Eu sei que você está sendo machucada por alguém, eu posso dizer pela maneira que você se carrega, se você me deixar- aqui está o que eu farei, eu cuidarei de você.


Assim, eu sempre cuido da carência


Esse texto é inspirado na canção Take Care do cantor Drake.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

0comentários
Look after and you'll look beyond.
0comentários
Sabe a sensação de querer dizer algo firme e encorajador, num momento de fraqueza, mas a palavra mais firme que você diz é desculpa?

Viver-endo

0comentários
Uma mão na minha testa me afagando lentamente enquanto ela ri do minha piada sem-graça sobre o curso que ela vai cursar. Acordo rodeado pelos braços dela dentro de uma chacará contíguo à uma sanga. Era tudo que eu queria da vida.
Meu time na libertadores, ou talvez, campeão brasileiro, ou campeão gaúcho pela nona vez. Ver as ruas da central do Rio Grande do Sul cobertas de pirotecnias vermelhas. Ouvir a música que pedi na radio popular enquanto ouço os sabiás twittando* e os enxames acalmarem-se pela fumaça. Mesma fumaça que vai encadear o amadurecimento das laranjas de um pomar. Era tudo que eu queria da vida.
Palavras de afirmação, palavras de re-afirmação - mas se elas forem verdadeiras, como é a procura da felicidade, como é a procura da gentileza. Só um pouco de gentileza. Sem vingança dos deuses, como ver um amigo chorando, um pai balbuciando sua dor, uma mãe filtrando sua aflição, uma irmã mandando 5 SMS' da internet porque é grátis. Sem essas malvadezas. Era tudo que eu queria da vida.
Dividir o que eu estou dando de bom, como minha força, minha amizade, minha lealdade, mas lembrando - posso parecer bem, mas não feliz. Ver o marrom dos meus olhos e o meu gênio numa filha que terei e ser o melhor pai que o meu pai foi pra mim. Era tudo que eu queria da vida, era tudo que eu queria da vida. Era tudo que eu queria da vida.

Esse texto é inspirado na canção Life-ning da banda Snow Patrol.

*twittar em inglês significa gorjear.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vendo ouro - Disco: Manual Prático Para Festas, Bailes E Afins, Vol.1

0comentários
Seguindo a parte das recomendações, aqui vai o mestre Ed Motta com o disco "Manual Prático Para Festas, Bailes E Afins, Vol.1", o primeiro manual e o primeiro disco que ouvi inteiro dele.

Começando pelo clima de festa de pub com uma entrada em neon com a música "Daqui pro Méier" - um taxista com groove traçando seus rumos pela cidade maravilhosa com um traçado de feijão com paio.
Em seguida, com a linda - lindíssima "Vendaval" - um amor tão avassalador quanto cognoscivel, como uma rajada forte de um vendaval, aunque um amor firme, em que está "tudo bom".
O single dos posers está na faixa 3: "Fora da Lei", letra que em meados de 1997 todos cantavam enlouquecidamente que dois gatos pingados viralatas de lixo viviam de gritos e sussurros e serenatas.
Em questão de participação na composição, destaquei uma faixa: "Birinaite", pelo Motta, o músico Kassin (com o +2 fez o maravilhoso "Futurismo"), Marcelo Yuka (atual integrante do F.UR.T.O. e antigo integrante do O Rappa) e Pedro Luis (integrante do Monobloco e líder da 'Parede' - sua banda), uma faixa de festa, canatando a idéia de beber a esbórnia à vontade.

Agora, quero mais atenção dos leitores nessas duas faixas que citarei: "Por Você Ser Mais" e "Falso Milagre do Amor". A primeira é um jogo acirrado de flertes e feitos amorosos nas letras, e a mais perfeita sonoridade de tom fá sustenido; uma das faixas mais lindas que eu já escutei de Ed. Você chora, sério, você choraria por essa faixa, e se depender - se passar para alguém essa faixa, chorará ouvindo essa música pensando na pessoa - mas isso é passado =).

A outra faixa "Falso Milagre do Amor", é mais voltada aos ensinamentos que tirei da letra. "Foi bom sonhar, mas acordei ao som dos pesadelos", revela que até na mais gasosa e afável sensação do amor, pode ser efêmera. Enfim, pé no chão.

Download: http://www.4shared.com/file/3cbr3TzA/Ed_Motta_-_Manual_Pratico_para.html

domingo, 13 de novembro de 2011

Réu

0comentários
"Pois o meu crime foi gostar de você" já dizia Tonho Crocco
Pela intensidade da frase você já pensa que me estenderei pela temática ou do crime ou da paixão.
Pois bem, irei pela paixão contornando o tribunal, pois não dá pra pronunciar em palavras (quizás ainda) o que sinto por certa pessoa.


Hoje sou juiz, juri, réu, mas não sou executador.

Sou juri por saber arbitrar minhas vontades, e distinguir um possível paixão de um platonismo. Estou deslubrado por uma menina - melhor, uma moça; mas não sei como dizer pra ela sem parecer desesperado ou abrupto.

Sou juiz por tomar a decisão de reclamar um pouco do tempo dela para mim. Por bater o martelo e não voltar atrás em mais alguém se não ela.

Agora... eu sou réu confesso de não ter feito nada de extraordinário para ela saber que gosto dela. Converso com ela no mesmo módulo mas só algumas vezes apareci para ela. O que com meus trâmites da faculdade e os estudos pro vestibular dela dificultam mais nossas visitas.

E não sou executador por não me corrigir, por não acatar um ultimato para mim. Sou só um cômodo camponês calado na própria sombra da expectativa (por sinal inercialista), não sou um carrasco para me impor estratagemas radicais.

Se ela ler esse texto, que ela entenda, é difícil falar que gosto dela. É um assunto não mais que amoroso, é também jurídico (risos). Se a pessoa certa ler, que fale. Pois esta será minha executadora.

Vendo ouro, ourivessaria de cultura [Blogs]

1 comentários
Sabe as pessoas no centro da sua cidade grande com um cartaz cobrindo todo o tronco escrito: Compro ouro? Pois é, aqui eu vou vender ouro para os leitores. Hoje começando com os blogs que eu estou sempre lendo.

http://augustoav.blogspot.com/ - "Conde Augusto's Blog" é o blog do meu colega de jornalismo, Augusto Acosta. Compõe de traduções de músicas que ele gosta, poemas, dicas de filmes e livros, e é claro, os textos da autoria dele. Intertextual, irreverente e inteligente como o Augusto é, com certeza o blog dele não seria diferente.


http://dramaeironia.blogspot.com/- "Drama e Ironia" da minha autora santa-mariense favorita, Camila Bandeira. Uma exposição sincera e sensata do que os sentimentos de uma garota sente na vida, seja amorosa ou amistosa-amigável, digo que me inspirei nela pra fazer o "Inercialismo".



http://make-me-blush.blogspot.com/ - "Make Me Blush" das minhas colegas de jornalismo, Myrella Allgayer e Nathieli Cervo. Do início, a idéia do blog de duas colegas que se conheceram nesse ano é sensacional; entre trancos e barrancos*, falando de música/fan-fictions/seriados, e em especial: mostrando ao mundo que elas também são intérpretes, tocando uma faixa da fofa Adele.



http://ramiro-junior.blogspot.com/ - "Meu Espaço" do Ramiro Junior, pra você ver a maturidade desse blog, só acessá-lo e verá: "Aviso sobre conteúdo", destinado à adultos. Prova que é um blog diferente, analisando o tempo e a sua efemeridade pelos trâmites de um jovem, que nem chamemos de um jovem, e sim de um adulto.







http://controldablio.blogspot.com/- "Nada mais que devaneios" da Francys Albrecht. Contestação e arbítrio próprio à liberdade é o que pode ser definido na ementa desse blog, mas também os questionamentos feitos pela Fran são pauta para os textos reflexivos e belos. Não são mais que devaneios transcritos para um blog sincero e melífluo nas palavras.





Enfim, esses blogs sempre leio-os. Você também, quem-quer-que esteja lendo esse blog.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

0comentários
Os tímidos beijam com os olhares. ;)

domingo, 30 de outubro de 2011

Um lá, lá

0comentários
"Just cause you feel it, doesn't mean it's there"
(Só porque você sente, não significa que esteja lá) traduzindo de uma maneira arranhada esse verso de There There do Radiohead.

Provavelmente, mas posso estar enganado, a gênese do título venha da frase de Gertrude Stein "There is no there there" (Não há lá, lá). O que se fato acontece, não é?

Às vezes, só porque sentimos, não é que aconteça depois. Sina é bom, mas será que a coincidência também não acontece?

Coincidência é a exceção da qual comprova as regras do destino. Coincidências aparecem, são espontâneas, são ruins, são boas, são surpresas. Não se pode ver as coincidências trabalhando para você. Há destino, mas não há lá, não é?

Ou será que a palavra "coincidência" não veio por acaso? Será até as consequências são parte do fado? Bom, de fato, a palavra "coincidência" não veio por coincidência, mas o fato das consequências serem parte do destino, é uma grande questão a ser debatida por todos. Pense comigo, imagine se aquela música do Reação Em Cadeia que você ouviu na faixa do meio-dia, lhe fazendo rememorar a praia do Pinhal; se a audição daquela música foi uma coincidência, mas feita para acontecer? Feita para você se lembrar dos momentos de deleite que você teve na orla norte-gaúcha, só feita para você se lembrar...
Imagine, as coincidências todas são textuais. Conectam-se como frases, acabam com pontos importantes.

No final, só seremos acidentes esperando para acontecer. Como canta Thom Yorke.

sábado, 22 de outubro de 2011

Vigia

0comentários

A sensação de estar insone parece indiferente quando está em casa, mas a regra não se aplica quando você é acompanhante do leito (a) do quarto tal.

3:22am, cheiro de hospital, desolação, silêncio-por-favor, burbúrios dos enfermeiros, uma coca 600 choca, e digitando essa mensagem no computador. Minhas mãos parecem gretadas de tão sujas esfregando no mousepad.
A inquietação do meu pai para dormir - com o presságio da medição de pressão às 5am, o barulho dos roncos com sondas, o vento contra a porta tentado a ela bater contra. A maleita do lugar é mais forte que minha ansiedade. São só enxertos do que uma pessoa pode sentir dentro de um quarto perto do leito de um familiar.

Tudo parece questionável, e o que parece simples a arrogância não deixa admitir e abnegar. O que alguém pode ter feito na vida para desenvolver uma doença? Eu não tive tristeza, mas tive raiva. Tive raiva por uma vida que mudou para melhor ser punida por um passado pândego.

Minha mãe disse que o que meu pai tem é justificável e veio para um motivo. Agora entendo que é justificável pela vida "inebriante" e intensa do pai; e o motivo é para ele parar de fumar. O baque foi grande, mas o raio da explosão deu pra sentir até nos filhos.

Em casa eu não perdooei essa acusação. Fiquei com raiva. Ainda estou um pouco por acontecer. Porém o clima de um quarto de hospital é uma experiência sozinha, osmótica, humilde, amedrontadora e catártica. O mundo parece mais simples pelo fardo do medo da certeza da morte.

E pelo pouco de tempo que estive, ouvi conversas inteligentíssimas de pessoas extraordinariamente simples, falando sobre contas, falácias de políticos e instituições, ceticismos e comodismos. Todos são iguais. O medo faz de nós mais iguais. A vida faz de nós iguais, mas a morte faz que nós percebamos.

Desculpe a falta de coesão desse texto, mas na língua dos homens, experiências verdadeiras não é preciso precisões textuais.

domingo, 16 de outubro de 2011

Desconstruindo: Lenine

0comentários
Hoje, vi o quanto a música Martelo Bigorna, do Lenine é deveras identificável à minha essência.
Pessoas irão se lembrar da música da vilã Ivone, interpretado por Letícia Sabatella em Caminho das Índias.

[Aviso, não haverá humildade nesse texto. E se teve humildade, ela foi esquecida por ora para parir esse texto]



"Muito do que eu faço
Não penso me lanço sem compromisso
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço

Tudo que eu te peço
é por tudo que fiz, e sei que mereço

Posso e te confesso
Você não sabe da missa um terço"


Muitas coisas que fiz na minha vida, foi por impulsão e geralmente não penso.
Ir no meu compasso é só ter eu e eu mesmo para fazer as tarefas, sem ajuda, orgulhoso, egoísta.
Exceção: Cobiço muita gente, inveja.
E vou reclamar pelo meu esforço, porque sei que fiz, e todos não sabem como rezar a missa direito.

Minhas vontades são bigornas de fortes, meus desejos são martelos de tentar. Maioria das vezes não são exercidas essas vontades e desejos, mas a sensação é de que quase ninguém sabe fazer melhor do que eu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Atração

0comentários

Podem me julgar, mas quando olho para qualquer moça, ela não me parece atraente o suficiente para ficar encarando até a sombra.

Como ficar vendo o decote medieval em alto-relevo, o pattern brasileiro em "abundância", a silhueta de mata-borrão/violão - para alguns voyeurs-stalkers, os pés pequenos e meigos. De primeira mão, eu só vejo a anatomia, como qualquer homem mas -ainda- não me atraio.

As moças me atraem quando elas começam uma conversa boa, boba e amistosa; quando eu paro para ouvi-la uma estória do dia-a-dia dela; quando eu as conheço mais e mais e mais. Uma conversa sobre um livro que ela leu, me deixa babando mais do que uma foto de book de quinze anos.

Há quem diga que isso é frescura pra dizer que inteligência é afrodisíaco. Mas uma mulher vai querer que a "lambam" de elogios só por causa da coxa dela sempre? Não sempre, não sempre. E se disserem que isso é só um estratagema para conseguir mulheres como no filme Hitch, não acho, isso é só sinceridade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pra reclamar... ou pra quê?

0comentários
Hoje, dia três de outubro, depois de ter mal-feito uma parte do trabalho de Gestão de Portais, eu frisava comigo mesmo sobre todas as coisas que eu mudei no decorrer da faculdade.


Bom, nunca me sentia tão fora da espontaneidade, sem idéias, sem opinião - mais alienado nos próprios fones-de-ouvido; tentando fazer piadas mas filtradas da própria paranoia de "chamar atenção" e "ser popular".


Até, antes de fazer esse texto, e voltar com o blog, eu ia escrever sobre a exaustão que levei pra não-escrever no blog.


Mas, uma coisa me fez pensar mais sobre o que vale a pena.


Hoje, mais ou menos meio-dia e uns minutos quebrados, eu fiquei de boa com as minhas colegas.

Fomos nos restaurar no RU da UFSM, depois ficamos conversando, rindo perto do Planetário.


Uma prova? Esta foto:



Abraço.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Se sua vida fosse cibernetizada #1

0comentários
Um estudante do ensino médio, numa 'boite"; tenho 'boa pinta', tenho confiança, quer ficar com... moça perto do pilar esquerdo contíguo ao mezanino do recinto.
(clique "cutucar")>
"Como tens namorado aqui? Onde ele está?"
(clique em "ajuda")> *Namorada(o), como lidar
*Como evitar esses problemas
*Como escapar furtivamente (clique)>
Foge da moça ("Sair da sala")> Ir até 'home' ou outra boate?
(clique em "outra boate")> Tem certeza disso? (clique em "sim")


"Você entrou em" Boate Y
Chapelaria, deseja deixar seu casaco? ("Sim" ou "Não" - clique em "Sim")
Bar, você comprou - 4 doses de tequila - (56% do download concluído)

Você comprou - 8 doses de tequila - (67% do download concluído)
[Fígado detectou malware! Atenção: Azia!]

[Atenção, você solicitou upload!!!]
ÂNSIA DE VÔMITO

[Dirija-se à Lixeira]
Banheiro

[Upload 45% concluído]
...
[Upload 80% concluído]
......
[Upload concluído com sucesso]
Ânsia para

[Você quer iniciar o back-up? (clique em "sim")]
Tirar o engov do bolso.

[Navegador - endereço.br - "Ir"]
Taxi - Rua A, 87 - "Ir"

[Digite senha do usuário]
Chave de casa

[Você deseja desligar o sistema? (clique em "sim")]
Dormir


-----------------------------------------------------------------


[...] [...]
Acordar

[Falha na atualização]
Ressaca

sábado, 13 de agosto de 2011

Imaginação = amor ?

0comentários
iAh, a imaginação; circa forever nos elevando nossas realidades às maiores vistas, também as mais perigosas.
Sério, imaginação pra mim é quase igual ao amor; pode te deixar tão feliz como pode te deixar tão infeliz em segundos.

Como? Pensem:
Com a imaginação, eu penso em um mundo meu, com meus problemas, melhor, sem problemas; ninguém pode reclamar do meu mundo, a menos que a fantasia confunda a realidade, ou vice-versa; eu crio, eu destruo, eu recrio, eu destruo novamente; eu fantasio; eu só não realizo, pois realizar é realidade...

E o amor:
Com o amor, um mundo é criado, mas um mundo secreto, um mundo que a realidade pode intersectar com a fantasia; um mundo que se possível, pode transcender mais do que a linha dividindo o material do feérico, o normal do ideal, o real do etéreo. Ou não. No amor, reclamam do mundo por não ter amor nosso, ou amor dos outros; com o amor eu crio, destruo, recrio, destruo novamente, mas com o amor, eu modelo comigo ou com outra pessoa _entende?_ Eu posso criá-la, eu posso destruí-la, eu posso recriá-la, e destruí-la novamente.

A diferença entre amor e imaginação: Amor ilude uns aos outros; imaginação ilude nós mesmos.

Ou se isso não é de algo mais forte que o amor e imaginação juntos... Se é a "ilusão"...
Mas isso é para outro post.

domingo, 7 de agosto de 2011

2 amores

0comentários
Tenho uma teoria. Nós temos dois tipos de amores. O amor perfeito e o melhor amor.

O Amor Perfeito:
Um filme, em que eu conheço a pessoa perfeita com duas margaritas; ou eu derrubando meu mocca da Starbucks no colo de alguém; ou abnegando a 'paixonite' de ensino médio; ou com uma aposta valendo a dignidade; ou uma 'oportunidade' que seu chefe quer que você a pegue. No decorrer do filme, nada mais que o reconhecimento do perímetro, trocas de sorrisos, um beijo casual, provável 'sexo no chuveiro', brincando de casalzinho na exposição de móveis da IKEA; a menina ligar para um menino numa noite balbuciando que tá engordando comendo o pote de sorvete Häagen Dazs sabor flocos e dizendo que foi ele que fez ela fazer esse 'sacrifício'; isso depois da óbvia fase do filme que sabemos que podemos perder a pessoa, fazendo-nos a agarrar qualquer alternativa de ter a pessoa amada forever.
Geralmente, são melhores amigos que querem algo mais, ou uma inconveniente sina de pessoas muito diferentes que se atraíram...
Os mesmos gostos, mesmas baladas, mesmas comidas, mesmas confissões, mesma 'perfeição'. A mesma mesmice.

O Melhor Amor:
Há filmes que despertam ele, mas de maneira desvirtuada. O melhor amor (quase) ninguém percebe, (quase) ninguém quer ele. O melhor amor é mais fácil de ser percebido mas ninguém vê, porque, as pessoas insistem em querer o 'amor perfeito' quando o ' melhor amor' está com elas o tempo todo. Simplesmente, o 'melhor amor' é o mais simples.
Esse amor simples é só perceber o quão boa a minha companhia pode ser fortuita para a pessoa que gosta de mim, e vice-versa; é perceber que o tempo não precisa ser eterno com a pessoa, mas sim, ser bom até durar; é não sonhar com coisas incríveis; é perceber que não é preciso ser perfeito para ser bom.

Vocês escolham...

sábado, 6 de agosto de 2011

Fletir-se para si

0comentários
... Não era tão chato, pelo menos para mim. Imagine para pessoa do meu lado, convidando-me para entrar; ou o amigo que necessita de um desabafo, numa hora que só um ombro conhecido o entende; ou até para a mãe com saudades do filho que fica absorto nos xeroxes de livros sobre cultura e o savoir-faire das estabilidade das sociedades, dos quais 30% ele gostou de ler; ou para o pai que quer ver o sorriso do filho que tem os olhos, a garra e a maturidade solerte que o pai lhe transmitiu...
Não era chato pra mim, ignorá-los por uns momentos de absorção de energia, de aura; um momento de ver as conquistas obtidas, as não obtidas, não-ainda obtidas ou as impossivelmente críveis de desistência; um momento no qual, ninguém me diz nada, para eu ouvir somente a uma pessoa que nunca dei ouvidos, muito menos satisfação; uma pessoa que eu penso que nunca seria tanto igual na vida quanto os irmãos abastados com apartamentos e vagas rotativas; uma pessoa que achava que não tinha diligência para tomar decisões, para não tomar decisões; uma pessoa que eu subestimava; essa pessoa sou eu.

Enfim, não é a minha reflexão sobre mim mesmo que importa, e sim a ambiência, a hora, a sensação que me proporcionava, e principalmente: o lugar.
O lugar era o meu quintal, não mais que uns 2 metros e meio para uns 3 metros; suficiente para uma cadeira né; suficiente para ficar horas olhando para as estrelas; suficiente para simplesmente ficar lá e não pensar nada; ou o contrário: pensar em tudo.
Só o fato de ficar sozinho, o fato de olhar para o norte, o fato de não-pensar pensando, me deixa tão mais calmo para enfrentar qualquer dificuldade.
E por mim, dobrar-me para mim, sempre é saudável.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Desconstruindo: Juan Carlos Onetti

0comentários

"[...] a sensação que tenho de mim mesmo, mal-entendidos. Fora isso, nada; de vez em quando algumas oportunidades de esquecimento, alguns prazeres, que chegam e passam envenenados. Talvez todo tipo de existência que eu possa imaginar deva transformar-se num mal-entendido. Talvez, pouco importa. Entretanto, sou este homem pequeno e tímido, imutável, casado com a única mulher que seduzi ou que me seduziu, incapaz, não mais de ser outro, mas da própria vontade de ser outro. O homenzinho que sofre à medida que o infortúnio cresce, o homenzinho confuso em meio à legião de homenzinhos aos quais foi prometido o reino dos céus. [...]"

O trecho anterior que leram faz parte do romance A Vida Breve, de Juan Carlos Onetti. Quando li o trecho, fiquei tão comovido e ao mesmo tempo enojado. Li-o comovido umas três vezes, pensando na minha vida que foi inativa e insignificante, mesmo para um jovem de 18 anos; e fiquei com um asco pela mesma razão, minha vida até agora.

Analisei partes importantes:

_'Algumas oportunidades de esquecimento, alguns prazeres' - Sempre me ofereceram o aval para desvirtuar-me das minhas paranóias, mas como eu, poderia esquecer os meus problemas? De um jeito ou de outro, eu tenho que resolvê-los, por que não cedo para não se preocupar depois? Tsc, tsc; eram eras para uma mania ser resolvida e depois eu descansar. Perdia as piadas e os amigos ubiquamente.


_'Talvez todo tipo de existência que eu possa imaginar deva transformar-se num mal-entendido.'- E não seria? Uma mentira? Ou melhor: uma omissão? A felicidade instantânea, a fugacidade de um momento vivido, tudo só não passava de um erro? Não. Não mesmo. Se foram mal-entendidos, nada mais que horas e lugares errados. SEMPRE A TROVA DA HORA E LUGAR ERRADOS? Por que não? Nessas algumas oportunidades de esquecimento, nesses alguns prazeres, a hora e o lugar foram tão oportunos a ponto de esquecer a crueldade da questão do sentido útil da vida. Estou errado?


_'Sou este homem pequeno e tímido, imutável, [...], incapaz, não mais de ser outro, mas da própria vontade de ser outro.' - De fato haha, sou pequeno que o mundo, seria muito 'querer' ser grande àqueles que me querem bem.
Sou tímido, sim, e daí? Tem gente que não sabe controlar o silêncio falando qualquer besteira; eu sei, mas ainda, o silêncio é uma megera a ser dificilmente domada.
Imutável? Sim e não. Não por: até pra não mudar meus ares, eu estou mudando a minha ordem natural de mudar. (Não é?)
Incapaz de ser outro? Sim. Pra que mudar o que na verdade é imutável (respondendo o 'não'): que é ser nós mesmos, isso não mudamos. Mudamos nossas atitudes, mas nós mesmo nunca mudamos.


Sem questionamentos sobre fugacidade temporal e incapacidade existencial, farei da minha vida a mais breve possível. =)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A caixa de fel

0comentários
Já escreveu algo hoje?

Conversando com a minha amiga, ela me disse que estava pra fazer uma parte da fanfic dela, só que ela estava com preguiça.
Oportunidades de escrever que perdi, meu Deus, se elas fossem apostadas cada uma por um real, teria mais que trezentos reais...
A prova cabal dessa preguiça que tive foi a inativação desse blog. Um ano e meio sem escrever, nesse blog.

Agora estou de volta, mas para ficar. Se não fossem de idéias fortuitas que tive para escrever, nunca estaria nessa boa aura que me cerca. Escrever é terapia pra mim, e se esquecesse de me tratar, estaria à espera de uma navalha me sangrando até padecer. O que? Não é mentira...

O mundo parece é limpo quando eu escrevo; aquele lodo da tristeza, aquele traço negro de fel, o fungo da covardia; tudo é varrido pro ralo, sobrando a tranparente alegria de existir. Sabe a caixa de gordura da casa que temos que limpar sempre, meus agouros são como aquela sujeira; e escrevendo, eles são limpos.

Escrever é terapia e higiene mental.

domingo, 31 de julho de 2011

*08/04/1993 †31/08/2011-17:25pm |||||| **31/08/2011-17:37pm

0comentários

Engraçado como uma epifania simples nos faz ver as coisas ocultas parecerem gloriosas e vitoriosas.

Hoje, depois de uma conversa, eu fui para a minha melhor sessão de relaxamento: uma caminhada pela cidade. Nesse passeio, eu tinha um dever: o dever de ver as coisas que as pessoas tomam o meu exemplo.
Eu nunca gostei de mim mesmo, sempre via os outros como semi-deuses, nunca gostava de mim mesmo. Todos pensam que isso que faço é um grande martírio e falta de gratidão, uma sessão desnecessária de culpa, uma atuação de coitadinho; de fato eu faço, ou fazia...

Quando eu parei de caminhar, eu tirei meus fones de ouvido, sentei no banco do Largo da Biblioteca Municipal e fiquei pensando por uns 12 minutos. O que as pessoas diziam de mim, mas diziam bem?

Um flashback de 12 minutos rebobinou-me para momentos de alegria e também de maleita, mas rememorei somente o que eu devia ver, os elogios.

Sabe, não eram poucos, e os subestimei quando pensei que eles iam se repetir, eram vários e aleatórios.
"Espontâneo, divertido, inteligente"
"A única pessoa que não gosta de ti Leonardo, é tu mesmo"
"Nunca haverá pessoa mais amiga que tu Leo"
"Eu demonstro meu amor pela minha educação"
"Um lorde mesmo"
"O aluno mais preguiçoso da turma, mas, o mais inteligente"
"Vais para muito lugares só se quiser"
"Um tipo único mesmo"
"Um partidão"

Enfim, 12 minutos de um ego nunca-inflado.
Tirei 3 intersecções conclusivas sobre mim:

1. Sou inteligente (parece, mas sou)
2. Sou polido (de fato, poucos homens são cavalheiros e educados)
3. Sou amigo (posso ter poucos amigos, mas os meus poucos, eu zelo por lealdade forte)

Depois de concluir isso, caminhei tão feliz de mim, nunca me senti tão aquecido, tão feliz, tão satisfeito comigo mesmo. :D

Coincidentemente, quando liguei o mp3 do celular, Who Feels Love do Oasis tocou. A letra coube como uma luva para o momento.




Encontrei o que havia perdido dentro de mim




Meu espírito esteve sendo purificado




Acabarei de vez com meu orgulho




E de mãos dadas andaremos para fora daqui




Agradeço-lhe pelo sol que brilha para todos




Quem sente o amor?




Agora existem milhões de anos entre minhas fantasias e medos




Eu sinto o amor




Eu estou despedindo-me de tudo aquilo que vejo




Agora todas as minhas emoções preenchem o ar que eu respiro




Agora você entende que essa não é a terra prometida de qual falam




Não há mais nada para ser




Se você pode ser o remédio que cura o amor.

Eu sinto amor, finalmente, em mim mesmo. Por que? Porque eu sei por que me amam.





PS.: O upload do vídeo falhou, pesquisem a música. Entenderam o porquê essa ela foi essencial para essa epifania.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

0comentários
Quem me assegura que, se não tivesse o poder de controlar-me que me foi ensinado, não estaria também participando daquela fantasmagoria, encenando alguém que não sou, apenas para ter, por uns momentos, a ilusão de não estar com os pés na terra?

Luiz Antonio de Assis Brasil


Conivente e ciente de só ver. Não me frustro se vejo as imagens dos meus amigos inebriados nas próprias realidades. O que me frustra, é a minha falta de capacidade de encenar alguém que não sou, quando deveria.
A capacidade de de esquecer de mim; a capacidade de, por uma noite, eu abdicar a polidez; a habilidade do desapego; desapego das coisas simples, complicadas, todas; desapego da realidade.
Principal e urgentemente, desapego espontâneo do controle, auto-controle do qual eu não vivo, do qual me faz somente existir.

Ter a ilusão de não estar com os pés na terra é para os desapegados à coisas, à pessoas, à regras. Ter o know-how do desapego é uma das coisas mais complicadas de aprender com o tempo; e digo em não apreender com o tempo, aprender simplesmente.

-------------------------------------------------------------------------------------------


Quem me assegura que, se tivesse o poder do desapego que nunca me foi ensinado, eu seria menos o ator de mim mesmo; encenando minha própria felicidade, sem barbantes do superego; e sem preocupações supérfluas?

Leonardo Cortes

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A noite sempre ganhará

0comentários
Eu joguei isto para o vento/mas e se eu estivesse certo?

(Esse é o trecho do 1º verso da música The Night Will Always Win da banda Elbow.)

Pois é, e se eu estivesse?
Tantas vezes a noite ganhou de mim, de muitos, de todos. A noite ganha, sempre.

Parecemos volúveis de dia, parecemos entusiasmados, com nossos deuses dentro de nós; parecemos orgulhosos dos dias, tão galantes do dia que passou, como ele foi ontem e como ele não podemos de deixar de aproveitar o de amanhã; parecemos gratos.

Mas e a noite?

Nós ficamos cansados de noite; pra que mais de uma opção para fazer, entre o que é bom e entre o que é fácil? Ficamos com o fácil. Não parecemos volúveis, entusiasmadamente com os deuses dentro de nós, orgulhosos, galantes e gratos; nós padecemos dessa maneira. A noite nos deixa exaustos, a noite clama por descanso, a noite irá ganhar.

A noite ganha de nós porque é uma criança. Isso mesmo. A noite não é uma criança? Então, uma criança teimosa, calada, obstinada, chorona, serena; uma criança que sinto pena de ver quando suas pitangas choram; uma criança tão oblíqua quanto as atitudes que ela toma; uma criança café-com-leite; uma criança que queria ser como o dia, tão linear como o tempo do dia mas peculiar à guisa da noite.
Sempre deixei as crianças brincarem mesmo. E deixar a noite-criança mais melancólica? Nunca.


A noite sempre ganhará, mas o dia nunca perderá para a noite. :)

Uma vez...

0comentários

Quando eu estava de férias, eu fui pra Chapecó ver a minha irmã num dia desses, eu estava vendo TV com a minha prima no notebook da minha irmã repentinamente, meu telefone toca, era uma chamada
eu liguei, e era uma "admiradora secreta"
de Dona Francisca
ela disse que viu meu orkut, ficou extasiada com minhas comunidades, disse que ouviu falar de mim
eu estava tão confuso, mas estava feliz
torpedos depois, quando eu voltasse pra Santa Maria, ela ia me ver
então fiquei esperando pelo dia
mas...
no dia posterior ao dessas mensagens, a menina que tem o nome "guria"
me ligou, dizendo desculpas e que eu devia entrar no messenger
fiquei intrigado, entrei na conversa
a menina de D. Francisca era a prima da "guria"
a queria me testar
nunca a perdoei por isso
nunca...

[A "guria" realmente existiu, e existe ainda]

Repetições

0comentários
Perguntas. Perguntas? Perguntas! Perguntas... Perguntas:

Tudo o que tu fazes é motivo de especificação intrínseca?
Para mim, sim. Minha mãe não se cansa de perguntar tudo que faço.

1. Já foi na secretaria do curso para apurar esses papéis?
2. Imprimiu o nome e telefone dos clinicos-gerais?
3. Onde tu vai? Tá chovendo.
4. Que tu conversou com teu pai?
5. Por que tu não me ensina a baixar o "filme da arara-azul" pra mim, já que tu sempre fica vendo filmes no teu quarto?


Canso de tantas perguntas, sabendo que 24 horas depois, ela vai esquecer e perguntar novamente...

#1: Já, e se não, saberia que seria minha responsabilidade por não me lembrar.
#2: Já; eu te entreguei eles ontem...
#3: De manhã eu trabalho.......
#4: Nem tudo que eu converso pro pai eu devo te dizer, e o inverso.
#5: Não tenho paciência mesmo de te ensinar. Não para quieta!!!


Eu sei que devem estar pensando mal de mim, sendo tão colérico com a minha mãe, mas não preciso responder a todas as perguntas que ela repete.
E devem estar pensando que ela está ficando velha por repetir; sim, ela está, mas se ela não souber que repete as perguntas, ela vai melhorar?

Como o verso da música do TV on the Radio: My repetition, my repetition is this (Minha repetição, minha repetição é isto). Pode ser com o tempo, eu consiga lidar situações repetitivas, pode ser que o Alzheimer a abale, mas um dos meu defeitos foi lidar com repetições, elas sempre voltam.

Enfim, foi uma confissão talvez supérflua e precipitada minha.
Mas se eu contar só para minha mãe, é capaz dela esquecer, e eu ter que contar de novo; e eu não sou paciente com repetições.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Dois corações guardados

0comentários
Vendo os filmes da quadrilogia de Piratas do Caribe, me fez pensar numa questão que reflete bastante minha vida.


Não me identifico com o Jack Sparrow; incrivelmente, identifico-me com o Davy Jones.

Oh, entendo o vilão, o vil da história, da trama do filme... E o Sparrow é um herói por acaso? Sparrow não é mais que um anti-herói oportuno e audaz por sorte.

Agora Jones... David Jones tem meu reconhecimento pela história _ lendária e etérea _ de que foi destinado a navegar pelos mares para recrutar marinheiros que morreram no mar por ordem do amor da vida de Davy: Calypso. Cada dez anos, ele recruta mais almas perdidas para o navio dele, para ter um dia fugaz em terra com Calypso. Ela não veio. Não conciliando a situação, Jones tirou o coração do seu peito, pois a dor era insupotável; e deixou se levar pelo navio a navegar, sendo um despótico amargurado pela dor do amor.

O que isso me envolve? Passei pela mesma situação com uma moça.
Uma vez, sem ação e moção saber exatamente o que dizer à ela, eu não disse, eu escrevi em um cartão-postal o que sentia por ela. Entreguei o cartão, por 25 segundos fiquei sem resposta.
Quando deparo, ela rasga com picardia e raiva o cartão e atira para a lixeira mais contígua.
Meu coração agonizava como se estivesse em uma cama de um prego, ou como se estivesse bebendo cicuta.

Óbvia e visceralmente, não pude arrancar o meu coração e pô-lo numa caixa para não sentir mais dor; uma coisa muito gore nesses tempos....


Mas se fosse possível, o faria com prazer.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Intenção

0comentários
(Conversas com meu pai #1)

Não me deixem mentir. Por que vocês guris pedem o email do hotmail?

Como se tudo fosse intenções probas e inocentes de uma intersecção de assuntos. Foi mais, é mais, nós queremos mais, pelo menos eu.
Toda conversa tem uma intenção.
Eu quero conduzir a conversa até ela veja que eu gosto dela, que ela fique interessada. Comento os planos dela para o futuro; falo do cabelo; da roupa; do perfume; do gosto; das músicas que escuta; mimá-la com essas regalias que um ego femimino quer.

Se consequentemente ela virou amiga, o plano não foi executado da maneira correta. Tudo pode ter dado certo, ANTES; mas um ínfimo detalhe, poderia ter debelado com toda a estrutura da máquina perfeita, que seria um momento íntimo com sua parceira. Fazer o que? Somente seremos amigos.

E desse planos fracassados, eu tenho muito, portanto, muitas amigas. Faltava algo; algo dela; algo meu; algo do tempo. Quanto mais se fracassa, diminui-se deveras a confiança.

E se minhas intenções não fracassassem? Eu teria mais amor e atenção do que amizade?

Pode ser...
Mas por ora, tenho muitas amigas pra conversar das, mas ainda terei muitas amásias pra entreter com coisas.

domingo, 24 de julho de 2011

Certo

0comentários
Não era pra ser diferente disto. Sendo da forma mais extrema.
O problema não era ela; e ela; e ela; e aquela; e também não foi sua culpa.
Não era pra ser igual. Sendo da forma mais simples.
Sei que não falei o que devia na hora certa, certa, certo...
Certamente não fui certo. Não fui certo na hora, no lugar, na oportunidade, não sou certo.
Certo de que não fui certo contigo, não fui certo comigo certamente.
Ademais, você não veio na hora certa... Nem você era a certa. Nem na hora, no lugar, na oportunidade, você não era a certa.
Só de não estarmos nos nossos devidos lugares e momentos certos, somos iguais. Entende?
Eu não era certo pra ti, nem você pra mim; mas nos entendemos que não era a hora certa para ambos.

Em desencontros incertos, somos certos.
Em encontros certos, estamos desencontrados.

Se leu isto, certamente entendeu. Certo?

Criança

0comentários

Eu sou criança imatura sim de furar a caixinha de leite condensado para beber...
Eu sou criança de pedir também minha coca todo dia
Sou criança de, em vez de pedir água, pedir suco
Sou criança de almejar um xis cornucópia em vez de um ala-minuta caseiro
Sou criança de fazer birra por ficar sem uma guloseima
Mas sou criança de não aceitar bala de estranhos
De não beber, de não fumar, de não me aventurar por pura timidez pueril
De ser inocente, de ser autêntico, de ser eu mesmo

Sim, tenho orgulho de ser "criança".

Resenha de "Cultura da Convergência" de Herry Jenkins

0comentários
Como o oeste foi conquistado, pela convergência

Como uma analogia ao midwest conquistado pelos cowboys, a mídia está cada vez mais conquistando tudo e todos entrelaçados na teia. Mas não é preciso só homens brancos incumbidos para manifestar o destino; Jenkins, no seu capítulo de introdução, comenta de uma maneira trivial e fluente, as maneiras que a convergência está sendo alicerce para as relações comunicativas.
O primeiro exemplo que ele cita é a New Orleans Media Express de outubro de 2003; evento do qual, ele explica que a convergência serviria como uma revolução de trabalho coletivo da comunicação entre mídias, e também, que a convergência não é um conceito novo: “A convergência é, nesse sentido, um conceito assumindo novos significados” (p. 31). A previsão do cientista político, Ithiel de Sola Pool, de que estamos em um período de adaptação dos meios convergentes de mídia, é outro ponto do qual o autor fala.
Jenkins comenta sua “falácia da caixa preta”, em que os aparatos midiáticos irão transformar-se em uma só caixa. Na verdade, os aparelhos divergem e os conteúdos convergem, como um filme num celular.
No fim da introdução, o autor fala como a convergência não se filtra somente à mídia, e também à vida das pessoas, como a relação enclausurada de uma conversa entre celular, ou computador, e não ao vivo com a pessoa. Outro exemplo dessas reavaliações, Jenkins resume seus os capítulos restantes; dizendo quais métodos de convergência se baseou os programas de TV (como Survivor e American Idol), o cinema (por exemplo, Matrix e Guerra nas Estrelas) e até games (como The Sims). Por fim, ele repassa a sua idéia-tríplice: convergência, inteligência coletiva e participação, e que esses conceitos serão, em questão de tempo, redefinirão a cultura.

sábado, 23 de julho de 2011

Independência ou morte...

0comentários

Nas margens do Ipiranga, essa frase foi bradada para o Brasil ser o que é agora, mas, de uma forma pragmática, ela pode muito bem ilustrar a situação de alguns contemporâneos. O contemporâneo sou eu.
Long story short: eu comprei, do meu dinheiro do meu primeiro salário, uma coca-cola de 1,5 litros; cheguei em casa, pus a coca para gelar, enquanto isso dormi esperando um copo; mas quando abro a porta da geladeira, minha mãe reclama de um refrigerante chegar num dia de semana; ela disse que vou gastar todo meu dinheiro com pizza, refri, chocolate, e não vou economizar para algo que preste, e os 150 reais que ficaram¿ E ela fala que minha saúde vai piorar à míngua se eu tomar todo dia coca; eu nem cogitei a possibilidade de tomar refrigerante todos os dias!
Convenhamos, o dinheiro é (finalmente) meu, a glicose (visceralmente) é minha, e se quisesse por todo o resto da minha existência vigiada, tomar refrigerante diariamente, eu posso fazer isso, mas com parcimônia e respeito; só por eu ter meu digno salário, eu não barbarizar-me para qualquer lugar, experimentando qualquer substância, bebendo até eu regurgitar fel, isso não; mas brigar comigo por uma garrafa de coca-cola¿
Isso, ou morte...

Imortal

0comentários

Ah, imortalidade, essa condição que todo ser humano quer, de jeitos vários; há pessoas que alcançam imortalidade pelo amor incondicional de alguém, simplesmente; alguns conseguem imortalidade pela notoriedade, Elvis não morreu, as músicas de Lupicínio ainda tocam, as histórias de Twain são editadas, eles são imortais; mas no meu ver, ser imortal não é o ato de não-morrer, e sim de nunca falhar.
Como¿ Não falhar¿
Justifico minha resposta com meu mês de maio. No meu mês de maio de 2011, meus professores da faculdade entregaram as minhas provas. Prova de sociologia: 4,75. Prova de tratamento de imagem: 3,0. Prova de história da comunicação: 5,75. Todas valendo 10. Foi por pouco estudo, e também porque comecei a sair na noite este ano, mas como quebrador de paradigmas que quero ser, tentei desmantelar o tabu da tristeza do 1º semestre. Mas, isso ainda não justifica a imortalidade... Isso é a terça parte da teoria.
No decorrer de maternal, pré-escola, fundamental e médio, tive notas sempre acima da média, sem precisar se matar para estudar, só prestando atenção no professor. Tá Leonardo, e aí¿
Agora a elucidação, para mim, nunca ir mal nas provas, inflava-me o ego, eu era infalível, eu era inteligente, eu era imortal, EU ME SENTIA IMORTAL PORQUE NUNCA FALHAVA. Mas quando aquelas notas vieram, como diria a Maysa: Meu mundo caiu.
Depois do que tu, o leitor, leste até agora, deve estar pensando que sou um nerd absorto na própria arrogância da assiduidade das notas escolares. Não, eu conversava com os colegas, mas chegava a ser o nerd sociável, o nerd legal.
Depois dessas notas, eu disse para minha mãe, e ela ficou mais tesa do que pensava que não estaria. Ela perguntou algo que me deixou atônito:
_ Leonardo, tu és imortal¿ Tu és infalível¿
Eu respondi tão cabisbaixo:
­_ Não mais
Desde aquela conversa, descobri que até em algo que gostava, eu podia ter um resultado malogrado, descobri que era falível, pior, descobri que era mortal.
Contudo, já que sou mortal, posso errar mais vezes; posso ser visto como ser, e não como simulacro; posso parecer menor para minhas parcas qualidades.
Ademais, ser imortal e não viver, deve ser sem graça.

Ensaio sobre mim mesmo

0comentários

(Uma de muitas variações neuróticas dos meus dias medíocres)


Foi uma semana extenuante, por causa de algo que aconteceu: quando fiz uma piada, ninguém entendeu; mas quando meu amigo, que é como um bufão da turma, fez a mesma piada, todos riram; como que não riram quando eu disse a mesma piada¿
Ao longo da semana fiz essa pergunta, sem comentar a não ser à minha psicanalista, eu mancomunei como eu poderia ser mais engraçado e mais espontâneo. Mas como mudar uma imagem estanque, fria, confusa, imatura, inocente, quase-pária de um jovem homem de 18 anos¿
Não respondi a 1ª pergunta do 1º parágrafo, mas vou responder a do 2º parágrafo. Você, ou eu (eu não sei que é o leitor), mas enfim, nós mudamos de um semestre pra outro para encaixarmo-nos num grupinho. Nesse tópico eu tenho conceitos e princípios que não mudam simplesmente com conselhos amistosos, sessões metapatopsicológicas ou ansiolíticos. Eu não quero mudar!! Já dizia Chris Cornell na música: BE YOURSELF IS ALL THAT YOU CAN DO – SER VOCÊ MESMO É TUDO QUE VOCÊ PODE FAZER. Ser eu mesmo, até mesmo dizendo numa maneira arrogante, é a melhor coisa que eu sei fazer, e é a única. Se eu não sou engraçado, se faço piadas muito oportunas em momentos inconvenientes ou; se sou um projeto de existência sociável e humorística que faz piadas muito ruins; ou, se como digo, eu nasci 7 segundos à frente do meu próprio tempo que as pessoas entendem as piadas depois; eu não sei sobre essas alternativas.
Mas de uma coisa eu sei de mim mesmo que eu faço muito bem: ser amigo. Depois de um dia de aula, uma sessão de filme da faculdade, eu e mais 3 colegas meus ficamos na casa de um colega meu, e ficamos lá conversando e eles bebendo (já que eu estava mal de uma enxaqueca e de uma fome, eu pedi um relaxante com coca só). Com mais de 4 horas de conversa, risadas e mais ou menos umas 9 latas de Polar depois, estávamos conversando sobre a turma, futebol, as colegas, as veteranas; mas eu cheguei a um ponto quase crítico, como que eu consegui ser amigo deles com eles bebendo, e eu fraco, tomando coca¿ E um deles disse:
_ Por causa da tua companhia pia, mesmo não bebendo, tu vai pela conversa, isso é muito bom!
Eu me senti muito lisonjeado de uma coisa que eu de facto faço. E isso da minha personalidade, sem precisar eu malograr minhas qualidades (inúteis e pífias rsrs).
Naquele dia, “ser eu mesmo” está começando a ser mais confortável.

23 de maio, 11:31pm
Enquanto ouvia o álbum “Goblin” do Tyler the Creator

Finalmente, ariano

0comentários

Do diferente. Farei as coisas de um jeito diferente do meu. Começando pelo meu signo: serei mais ariano. Como? Não sei...


Serei mais líder de mim; mais impulsivo; se eu pensar muito, não acontece.


Um ariano ama intensamente e gosta de se sentir admirado. De fato, eu gosto disso, mas não sei o que deixava absorto em abnegação.
Eu não sei mesmo o que me dizia que não mereço, que não sou digno, mesmo batalhando muito.
Ainda faço; ainda digo que não mereço, ainda digo que existe gente melhor do que eu, e de fato existe!
O que faz de mim não pensar que essa gente também não deve achar que sou o melhor? De que esse pensamento de martírio é só meu? Todos os outros são melhores? Sartre dizia que os outros eram o inferno, não é?
Menos auto-comiseração é preciso da minha parte, MAS MAIS ATENÇÃO, ISSO EU PRECISO DOS OUTROS.
Como qualquer um, não quero viver como vegetal das minhas absorções inventadas, quero mostrar pro mundo minhas idéias para analisarem; meus trocadilhos para rirem; meus preconceitos para corrigirem; enfim, ser valente, ser impulsivo, ser ariano.

 

Inercialismo © 2010

Blogger Templates by Splashy Templates