sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

De coisas simples e complicadas

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"Why don't you and I" - Santana & Alex Band

EX1: Situe-se, a clareira grande de um parque, uma roda ou uma rodinha de amigos para um chimarrão, vocês conversam de como o ano passado voou, ou das desventuras que tiveram, como se conheceram, como chegaram até aqui.

Situou? Bem, isso não é complicado de ter, pensar ou até compreender não é?

Conversando com minhas colegas Mariana Fontana e Nathieli Cervo (do Make me Blush), a Mari me rememorou de uma conversa de messenger que debatemos o que seriam as coisas complicadas da vida, já que as simples nós sabemos.



Leo: bem como a mãe diz: "tu prefere as coisas simples da vida"
.
        comecei a concordar rsrs
Mari: e são as melhores mesmo
Leo: é que eu não achava que existiam coisas complicadas uahsuahsau o que pra ti seriam elas?
Mari: as mais simples ou as mais complicadas?
Leo: as complicadas
Mari: aaai, tem tanta coisa complicada, Leo
          eu não sei exatamente o que eu consideraria complicada
          o que eu consideraria facil é os momentos que eu passo com vocês e com as maris
Leo: agora tu entendeu meu raciocínio
        o que são as coisas complicadas? a mãe diz que as coisas simples existem, mas perguntei pra ela sobre as complicadas, e ela diz que ainda não sabe responder
Mari: siim
         olha ai, que nem eu!
         complicado isso ai
Leo: ohhh, tu me deu uma idéia de post auhsauhsuahs



A cena no primeiro parágrafo desse texto seria uma dessas coisas simples da vida. Da qual seria difícil definir uma coisa complicada. Bom, minto pra vocês, não é. As coisas complicadas simplesmente a gente não diz. Não dizemos as coisas complicadas por elas serem complicadas. Parece irônico mesmo, mas é.

O que seria de tão complicado que não contamos para todos?
Uma família caótica? Um(a) amante? Um segredo? Uma indecisão?
Até pra definir as coisas complicadas absolutamente, não contamos as nossas coisas complicadas intimamente. Isso é normal.

O que poderia ser uma coisa complicada?

EX2: Situe-se, numa "boite", entre duas rodadas de tequila, em meio a pessoas bonitas e a pessoa que você gamou por um tempo, só um desconhecido te trova à dançar junto à ele à cumbia. E seu possível amor está ficando com outra pessoa. Ao mesmo tempo que você está ficando com a pessoa que te convidou à dançar. A situação não é ruim, mas não é a mais confortante.

As coisas simples podem ser ditas e relembradas porque são simples.
As coisas complicadas são complicadas porque não são ditas e relembradas.
Das duas, uma.

Nesses dois exemplos, eu não demorei para formular o primeiro; já o último, ele foi verdadeiro, e foi complicado de lembrar.
Agora que eu dei a barbada, posso dizer, que sim e minha mãe está certa: eu prefiro as coisas simples.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Entrevista para a Pitchfork - com Craig Finn [Traduzida]

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Uma das curtas entrevistas que leio, e é muito bom saber que um compositor "normal" vem com músicas geniais sem ser extremo. Traduzi umas partes mais marcantes dessa entrevista para mostrar que não é preciso empirismo pra compor. Só imaginação e principalmente ação.
Craig Finn Talks New Solo Album, New Hold Steady Material

Pitchfork: Quantos anos você tem agora?
Craig Finn: Eu fiz 40 em agosto, no qual é climático quando você é o vocalista de uma banda de rock. É como, "O que eu estou fazendo?" Você quer estar na idade apropriada. Isso é algo que eu penso sobre: Como não ser um quarentão vergonhoso e ainda fazer o que eu gosto de fazer?
Quando eu estava com 30, eu achei que eu estava feito com o rock'n'roll. Eu achava que era hora de eu ser adulto. Mas parte dessa responsabilidade é procurar coisas que você quer fazer. Isto é um adulto. Eu sinto que pessoas põem muita pressão nelas mesmas que isso não existe no mundo externo.
Agora, eu não tenho um plano, uma sáida estratégica, ou um círculo de carreira em mente. Então é assim: fique trabalhando em coisas. Não sente-se e jogue PlayStation e espere pelo telefone tocar. Saia e veja música, veja arte, participe. Daí você só cruze os dedos e espere que funcionará.

Pitchfork: Você tinha dito que os personagens nas suas músicas não são baseados na sua própria vida. Você inveja eles mesmo?
CF: Não na verdade. Eu não iria viver com consequências que eu sei que estão nelas. Se eu escrevesse músicas só sobre eu mesmo, elas seriam muito chatas. Quando Separation Sunday foi lançado e a banda começou a fazer certo, eu relembro essa sensação distinta que pessoas iriam me conhecer e seriam disapontadas porque eu não sou louco. Eu estava assim, "Eu devo quebrar algo?" Eu só sou um cara chato que gosta de ler um monte de livros. Não é a minh natureza ficar louco.
Dito isso, nos primeiros dois anos, nós ficamos realmente bêbados todo o tempo. Mas ficou um ponto onde eu estava assim, "Nossa, eu estou muito cansado de estar de ressaca." Os personagens nas minhas músicas não diriam isso. Eles diriam, "Vamos começar a beber de novo. Nos sentiremos melhor em 40 min.!" Artisticamente, eu sempre estive interessado na ressaca; não só a celebração e os confetis mas também o vômito na sarjeta.

Pitchfork: Um bom exemplo disso está na canção "Terrified Eyes", na qual é sobre um casal passando por tempos realmente muito difíceis: contas no hospital, desconexão, talvez alcoolismo.
CF: Esta canção é mesmo sobre suas pessoas que estão nesse local frustrante onde coisas estão erradas e eles reconhecem isso, mas eles não podem mudar. Muitas das minhas composições no Hold Steady tem a ver com este lugar na sua vida onde é apropriado ir em festas a ter um emprego ruim. E depois você fica um pouco mais velho, passando os 20 ou os 30, e isso não é mais apropriado. Há pessoas que fazem essa transição e depois há pessoas que ficam presas bem ali. Coisas como hospitalização, saúde mental, e depressão vem à luz mesmo. Isso é frustração: "Isso não é como eu achava que estava indo. Por que é tão difícil pra mim conseguir trabalhar? Por que eu durmo muito? Por que eu não estou ansioso em ver meus amigos?

Pitchfork: Há um ótimo verso na música "Terrified Eyes": "Ele não vai dizer à ela que é uma questão de só tentar mais arduamente."
CF:  Depressão no senso clínico é realmente barra pesada para pessoas enfatizarem. Há esta aproximação de auxílio como, "Por que você não sair da sua cama e arruma um emprego! Está no seu dever!" Mas isso não é pra qualquer um. Há um tempo que você percebe: "Bah, você é doente só como a sua perna está apodrecendo" David Foster Wallace é o meu heróis, e eu li numa entrevista com a esposa dele onde ela disse que qualquer um estava chocado quando ele se matou, mas se ele tivesse câncer pancreático, ninguém teria se chocado. O cara não estava bem.
Eu conheço um monte de gente que tem sido afetadas pela ansiedade e depressão debilitante. Leva a este ímpeto: Se você não está empurrando a pedra da colina, ela vai rolar em você.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Se rir, só rir, ou se só sorrir

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[Trilha: Incubus - "Drive"]

Vou ser um pouco intimista e peculiar nesse texto. [Se for totalmente conexo como um texto deve ser =P]

Há frases e atos que uma pessoa ri deles. Como uma palavra que saiu errado; alguém que se babou um "pouquinho" enquanto ria; um tropeção no chão; uma cortada incidental do seu melhor amigo sobre a música que ele odeia e você adora; um silêncio acidental; uma malícia; uma fofoca; o que quer que seja.

Em tempo, há coisas que uma pessoa, simplesmente, sorri. Como uma palavra que saiu errado; alguém que se babou um "pouquinho" enquanto ria; um tropeção no chão; uma cortada incidental do seu melhor amigo sobre a música que ele odeia e você adora; um silêncio acidental; uma malícia; uma fofoca; o que quer que seja.

[...] [Interrogação do leitor]

[Leonardo, tu digitaste a mesma coisa para quem ri e sorri. Devo saber que um Ctrl-C/Ctrl-V foi usado de fato. São a mesma coisa! Por que tu fizeste isso?]



Leitor, claro que copiei e colei o fragmento. Foi por propósito =).
Vê, tem coisas que você ri ou sorri em determinadas horas. Rir é ótimo pois é um remédio, um elixir de maturidade para as situações.
Uma marca patenteada minha de "palavra" que sai sempre errado quando eu, Leonardo, digo, é o Cazque¹²; ou se eu me babei falando rápido; ou se tropecei e etc - eu rio dessas coisas, como se fossem normais.



E em outras horas, se não for pelo som de um gracejo cômico, uma gesticulação de mais de cinco músculos faciais valha, o sorriso. Se rir é maturidade, sorrir é sapiência. Pra mim, se eu sorrio, a situação foi tão boa, que tirou um sorriso desse matusquela do qual vocês leem o Inercialismo. Não sorria muito quando era criança, e meio que demora até um sorriso bom meu agora fique apresentável.
A cortada do meu melhor amigo na música do Double You; um silêncio na pausa de uma conversa; uma malícia que poucos sabem e depois descobrem e riem; uma fofoca que eu nem digo nada - eu sorrio dessas coisas, como se fossem normais.

[Mas Leo, tu ainda não explicaste por que são a mesma coisa]

Dependendo da situação, eu vou rir mais do que eu vou sorrir, ou vice-versa. Do mais banal ao mais sincero, eu posso rir com a pessoa que riu - ou sorriu. Ou vice-versa =].



O que quero saber saber é, você leitor:
Você riu ou sorriu quando leu o texto?

domingo, 8 de janeiro de 2012

Correr na chuva

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No meio da tarde de um domingo, a reverberação do calor santamariense era tão estúpida quanto extrema. Porém, na direção nordeste vinham os nimbos cinzentos-escuros na esperança de molhar o asfalto de Santa Maria.

Às seis horas da tarde, eu me arrumei para correr o perímetro de ruas e avenidas de sempre, sabendo que iria encarar iminente chuva. 18:23pm, respiração ofegante, descendo a rua Appel, o shuffle do mp3 executa a seguinte faixa.



The Maccabees - "Feel to Follow"
Leitor, imagine a cena, como eu vou remembrá-la para mim.

No começo da música, o vento pairava na Av. Medianeira, e o ar condensava-se. O toró advinha agilmente. 30 segundos depois de música, com o "uh-uh-uh-uh-uhhhhhhhuuh" do estribilho, eu corria de olhos fechados enquanto respirava fundo; eu ia no compasso da música, claramente tinha um Fá Maior.
Um minuto da música - o stacatto do riff da guitarra acelerava meu passo, aquela bateria parecendo um allegro me deixava mais ansioso, mas a garoa progressiva umidificava a ansiedade, fazendo com que minha paz esteja em moção.


Um minuto e meio - a garoa deixa de ser garoa, para ser a impiedosa chuva. A camiseta ficava mais úmida, o suor misturava-se com a água. Uma sensação que nas condições empíricas certas (como aconteceu de fato) iria provocar uma sensação de bem-estar.

Dos 2:18 de música até o resto, o breakdown da música foi acelerado mesmo. A corrida aumentou na cadência da faixa. A chuva aumentou encadeando os dois últimos elementos. Eram corrida, gotas de chuva e progressão de uma faixa todas juntas num momento simples, todas incorporando uma experiência única pelo menos pra mim.



Quando a música acabou, a chuva parou, eu parei de correr. Suspirei por um momento e sorri.
 

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