Eu joguei isto para o vento/mas e se eu estivesse certo?
(Esse é o trecho do 1º verso da música The Night Will Always Win da banda Elbow.)
Pois é, e se eu estivesse?
Tantas vezes a noite ganhou de mim, de muitos, de todos. A noite ganha, sempre.
Parecemos volúveis de dia, parecemos entusiasmados, com nossos deuses dentro de nós; parecemos orgulhosos dos dias, tão galantes do dia que passou, como ele foi ontem e como ele não podemos de deixar de aproveitar o de amanhã; parecemos gratos.
Mas e a noite?
Nós ficamos cansados de noite; pra que mais de uma opção para fazer, entre o que é bom e entre o que é fácil? Ficamos com o fácil. Não parecemos volúveis, entusiasmadamente com os deuses dentro de nós, orgulhosos, galantes e gratos; nós padecemos dessa maneira. A noite nos deixa exaustos, a noite clama por descanso, a noite irá ganhar.
A noite ganha de nós porque é uma criança. Isso mesmo. A noite não é uma criança? Então, uma criança teimosa, calada, obstinada, chorona, serena; uma criança que sinto pena de ver quando suas pitangas choram; uma criança tão oblíqua quanto as atitudes que ela toma; uma criança café-com-leite; uma criança que queria ser como o dia, tão linear como o tempo do dia mas peculiar à guisa da noite.
Sempre deixei as crianças brincarem mesmo. E deixar a noite-criança mais melancólica? Nunca.
A noite sempre ganhará, mas o dia nunca perderá para a noite. :)
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